O Instituto PDH & Papo de Homem, com apoio do Pacto Global da ONU – Rede Brasil, lança o projeto ‘Meninos: Sonhando homens do futuro na CSW
Março de 2024 – O Pacto Global da ONU – Rede Brasil promoveu em sua programação paralela à Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW), na sede da ONU, em Nova York, o lançamento dos primeiros dados do inédito mapeamento internacional de sonhos, aspirações e traumas de jovens entre 13 e 17 anos, que integra o projeto ‘Meninos: Sonhando com os Homens do Futuro’. Idealizada e conduzido pelo Instituto PDH e Papo de Homem e viabilizado por Natura, a iniciativa conta com uma pesquisa com mais de 11 mil pessoas no Brasil, Argentina e México, e contempla ainda a produção de um documentário e de um currículo pedagógico para educação de meninos adolescentes.
Por meio de entrevistas realizadas com meninos entre 13 e 17 anos, a pesquisa busca compreendê-los para a criação de ferramentas que promovam acolhimento e façam sentido para o desenvolvimento deles. Diante da proposta educativa, 90% dos pais, mães e responsáveis declaram apoio à criação de um programa educativo para meninos adolescentes que foque em inteligência emocional, responsabilidade, relações responsáveis e desenvolvimento de habilidades para solucionar problemas.
O idealizador Guilherme N. Valadares recorre a intelectual norte-americana bell hooks para ressaltar a importância de o lançamento do projeto acontecer em um evento voltado para discutir questões de gênero: “se não formos capazes de sonhar visões transformadoras de futuro para os meninos, estaremos lidando com os mesmos problemas de equidade de gênero daqui há 20 ou 30 anos”.
“Chegar na equidade passa pela transformação dos meninos. Mas há uma escassez de espaços e pessoas dedicadas a isso. “Meninos: Sonhando os homens do futuro” é nossa visão para cultivarmos homens mais responsáveis, emocionalmente equilibrados e com a coragem necessária para ajudar a construir um mundo livre de assédio, opressão e todas as formas de preconceito”, defende Guilherme Nascimento Valadares, fundador e diretor de pesquisa do Instituto PDH/PapodeHomem.
Tanto o currículo “Meninos do futuro” como o documentário poderão ser levados a escolas, centros esportivos e clubes de futebol e outros espaços comunitários com a finalidade de produzir reflexão e aprendizado para meninos adolescentes.
“Abrir um caminho de escuta ativa para conhecermos os anseios e traumas da geração que mais se aproxima dos homens do futuro conversa diretamente com o ODS 3, que aborda, entre outros itens, a importância de promovermos a saúde mental e o bem-estar em todas as idades. Que oportunidade incrível temos pela frente de mergulhar nas subjetividades desses jovens”, exalta Camila Valverde, diretora de Impacto e COO do Pacto Global da ONU – Rede Brasil.
“Meninos: Sonhando os homens do futuro”, é viabilizado por Natura e tem apoio institucional do Pacto Global da ONU – Rede Brasil. Entre os parceiros estratégicos estão ChildHood Brasil, Aldeias Infantis do Brasil e Coalizão Brasileira pelo Fim das Violências contra Crianças e Adolescentes. Para tornar o projeto realidade, conta ainda com diversas organizações de destaque em suas áreas, como TALK! e Juliana Fava, na pesquisa qualitativa, Zooma Inc., na pesquisa quantitativa, Outward Bound Brasil, realizando a expedição com os meninos, BRAVO, na captação do documentário e Casa Grida, cuidando de todo o design do projeto.
O relatório da Unesco “Nenhuma criança deixada para trás” (2022) aponta uma tendência a um abismo de gênero contrário à medida que os indicativos de abandono escolar e taxas de aprendizagem tem piorado entre os meninos: eles estão mais propensos a repetir de série no primeiro grau em 130 países, são menos propensos a concluir o segundo grau em 73 países e, de forma geral, são maioria entre os jovens que não estão no sistema escolar.
O mesmo estudo revela ainda que, dentre os fatores que levam os meninos a perder o interesse na escola estão: a vulnerabilidade social e a necessidade de trabalho, mas que eles também são mais suscetíveis a bullying físico e se tornarem alvo quando não correspondem às expectativas de expressão de gênero ou de orientação sexual. A parceria reafirma que pensar a equidade de gênero por uma perspectiva que integre e contemple diferentes aspectos da sociedade, envolve também atuar diretamente com as masculinidades em formação.