Entrevista com Adrian Mizael (Analista de Responsabilidade Socioambiental) e Miriam Pires (analista técnica) do Grupo Solví, que participaram da 2ª edição do Inova 2030 - Jovens Inovadores em ODS, programa de aceleração do Pacto Global da ONU em parceria com a Liga de Intraempreendedores e Fundação Dom Cabral no Brasil.
Entrevista com Adrian Mizael (analista de Responsabilidade Socioambiental) e Miriam Pires (analista técnica) do Grupo Solví, que participaram da 2ª edição do Inova 2030 – Jovens Inovadores em ODS, programa de aceleração do Pacto Global da ONU em parceria com a Liga de Intraempreendedores e Fundação Dom Cabral no Brasil.
“Participar do Inova 2030 é uma oportunidade para as empresas e para os jovens, que conseguem se descobrir e desenvolver enquanto profissionais e também se entenderem como geradores de impacto.”, Adrian Mizael. Leia a entrevista na íntegra aqui.
Grupo Solví1. Como vocês vêem a retomada sustentável pós Covid-19?Miriam Pires: Antes da COVID-19 as discussões sobre sustentabilidade já ganhavam espaço, mas ainda existia muito questionamento em relação às questões climáticas. Essa crise sanitária deu destaque para esse tema e acelerou tais mudanças. A pandemia também trouxe inovação, tivemos que nos adaptar a uma nova realidade muito rápido. Com isso, a reflexão sobre o ser sustentável ficou ainda mais em destaque, justamente por essa emergência global ter relação com o meio ambiente também. O mundo, como entendemos hoje, não vai seguir essa forma se não mudarmos nossos hábitos imediatamente.
Adrian Mizael: A retomada sustentável não é mais um pensamento, é uma necessidade. A pandemia evidenciou que precisamos repensar o modelo de produção, consumindo e relacionando com o meio ambiente. Caso contrário, teremos um colapso muito em breve.
2. Como vocês vêem a conexão ODS e ESG?Adrian Mizael: ODS e ESG não se desconectam. Precisam sempre caminhar juntos. Quando falamos sobre ESG, trazemos critérios que foram determinados e hoje não utilizados no mercado financeiro, trazendo maior impacto e visibilidade. São temas que já tratamos faz tempo, relacionados diretamente à sustentabilidade e nos aponta à necessidade imediata de desenvolvimento em todos os aspectos: vida humana e meio ambiente. Tudo isso está refletido nos 17 objetivos da ONU. Ou seja, esse forte movimento de ESG no mercado vai fortalecer e impulsionar ainda mais as empresas, países e pessoas a contribuírem para o cumprimento dessas metas que os ODS propõe.
Miriam Pires: Se ESG e ODS não dialogam, tem algo errado. Esse alinhamento é necessário para a geração de valor real. Se o ESG quer criar valor, precisa sempre conversar com os ODS.
3. Qual a importância das empresas fomentarem o intraempreendedorismo para o avanço dos ODS?Miriam Pires: O fomento ao intraempreendedorismo é muito importante para a criação de projetos genuínos. As empresas costumam ter projetos mais corporativos na área da sustentabilidade. Abrir espaço para que os próprios colaboradores possam empreender, trazer ideias criativas e apaixonadas é uma ótima forma de motivar e incentivar a equipe como um todo. O colaborador vai fazer além da sua responsabilidade, mas por um projeto que tem paixão e impacto real.
Adrian Mizael: Quando a empresa fomenta e fortalece o intraempreendedorismo, ela contribui primeiro para disseminar o conhecimento sobre o tema ODS. Em seguida existe a valorização de projetos apaixonados. Dessa maneira, as empresas conseguem ter outros olhares e motivar sua equipe a cumprir essa agenda.
4. Qual ponto-chave para que a equipe abrace a jornada em sustentabilidade da empresa?Miriam Pires: Acredito que existam alguns pontos importantes. Entre eles, destaco o alinhamento entre a estratégia, o marketing e a prática. Quem está dentro da empresa, precisa ver o ESG do relatório acontecer na prática para ter confiança no discurso da corporação. É muito importante ter esse sentimento de contribuição: quando o colaborador sente que está participando do impacto positivo na sociedade, passa a ter orgulho do que faz e da empresa que representa. É agir através da corporação.
Adrian Mizael: Costumo dizer que as pessoas precisam acreditar que aqueles pontos apresentados em planejamentos estratégicos das empresas vão além do discurso. Quando a gente fala como corporação, as pessoas precisam perceber muito isso nas lideranças. Vê-las agindo além do discurso. 5. Por que vocês recomendariam a participação de outras empresas na iniciativa Inova 2030?Adrian Mizael: Acompanhei a jornada do nosso grupo na primeira edição do Inova 2030 e participei da segunda edição. É uma oportunidade para as empresas e para os jovens – que conseguem se descobrir e desenvolver enquanto profissionais e, assim, se entenderem como geradores de impacto. Visualizar a capacidade de mudança como colaborador dentro de uma corporação, alavanca o sentimento e significado de pertencimento àquela empresa.
Sempre é válido pensar também na rede de instituições que fazem parte da iniciativa Inova 2030 e o quanto isso é benéfico para a empresa. Ser reconhecida dentro dessa rede que trabalha pelo desenvolvimento sustentável do planeta também traz benefícios mercadológicos
Miriam Pires: Estar na iniciativa Inova 2030 traz bastante luz para a jornada do intraempreendedor. Ter esses projetos apaixonados, agir através da empresa, reconhecer esse impacto da ação possível do colaborador é perceber o potencial de mudança dentro da empresa.
Outro ponto muito rico é a questão do benchmark com as outras empresas. Conhecer outros projetos e metas de tantas corporações. Entender as ações pessoais e empresariais das outras pessoas que participam da iniciativa em relação à sustentabilidade.
Além disso, o Inova 2030 trouxe uma cesta de conhecimento muito interessante em relação ao desenvolvimento dos projetos intraempreendedores, que exigem mais do que os projetos padrões das empresas. Por exemplo, para quem não tem muita afinidade com análises econômicas e financeiras, o evento traz esse ponto para ter uma luz para seguir com o projeto. Outra oportunidade é de entender o sistema político de cada corporação, porque e como navegamos dentro dele, e como conseguimos atingir nossos interesses, que são genuínos, geram valor e mudança de comportamento.