Tema quente na conferência ainda enfrenta desafios de implementação. Mobilização de capital e projetos de mitigação, instigaram os representantes do setor privado na COP27.
Dezembro, 2022 – Falar de economia de baixo carbono é falar da enorme mobilização de capital necessária para essa transição, tema de destaque na COP27 tanto nas negociações das partes, o que resultou o acordo histórico de Perdas e Danos, mas também muito presente nos painéis empresariais.
A participação tímida dos grandes bancos é um dos pontos fracos da conferência e tem demonstrado um baixo engajamento do setor em articular junto às partes as regulamentações e instrumentos necessários para a implementação de projetos de mitigação e adaptação, ascendendo um alerta sobre as oportunidades de protagonismo na intermediação dos recursos que serão mobilizados ao sul global.
No painel Just and Fair Climate Action no Pavilhão da África do Sul, que tratou sobre os desafios do sul global em acelerar as medidas de combate às mudanças climáticas, Anup Jagwani, Manager Climate Finance And Policy do IFC, International Finance Corporation ressaltou que “Quando investimos em um negócio que está alinhado ao acordo de paris isso (o investimento) é multiplicável, as vezes por 5, principalmente pela entrada de investidores europeus (falando de projetos e negócios que possuem metas baseadas na ciência aprovadas). Os negócios do sul global precisam mostrar capacidade (técnica e de escala) em seus projetos, já que isso pode limitar os investimentos”.
Já o BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, tem destaque como o terceiro maior investidor de energia renovável do mundo, além de viabilizar fundos de investimentos e blended finance para projetos socioambientais no Brasil há anos. Gustavo Montezano, presidente do banco, esteve na COP27 e afirmou que o BNDES terá contabilidade de carbono em todos os empréstimos a partir do próximo ano.
Risco financeiro também foi um tema abordado em alguns painéis, como no side event Climate Ambition, A world tour, em que o keynote speaker Swami Venkat, Senior Vice President da Moody’s Analytics Consulting Services, ressalta que “Se trabalhamos em mitigação, reduzimos o risco (e a necessidade de maiores investimentos) de adaptação. O GFanz (Glasgow Financial Alliance for Net Zero) é um dos compromissos públicos alinhados ao net zero e que representa trilhões de dólares por uma economia de baixo carbono… A diferença dessa COP é o olhar para os países do sul global. Temos q ajudar os investidores a rastrear os resultados e implementações desses compromissos, a SBTi é um passo importante, mas acompanhar a implantação é a chave, ou o risco não vai embora”. Fica evidente a necessidade da entrada também das seguradoras e asset management nas soluções daqui pra frente.
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