Chegamos a 8 bilhões de pessoas no planeta Terra, o que nos faz perguntar “Como?”. Como estas 8 bilhões de pessoas vão se alimentar, se vestir, se deslocar, e em que condições? Como podemos proteger os biomas da crescente demanda por minérios, energia, água e outros recursos? E como esses recursos estão sendo/serão distribuídos?
Dezembro, 2022 – Chegamos a 8 bilhões de pessoas no planeta Terra, o que nos faz perguntar “Como?”. Como estas 8 bilhões de pessoas vão se alimentar, se vestir, se deslocar, e em que condições? Como podemos proteger os biomas da crescente demanda por minérios, energia, água e outros recursos? E como esses recursos estão sendo/serão distribuídos?
A discussão sobre Justiça Climática na COP27 toma proporção expressiva e de urgência, sendo abordada em muitos painéis, tanto os de perfil mais social, como também nos painéis técnicos e financeiros durante os 11 dias de conferência. O Brasil, 4° maior produtor de alimentos do mundo e hoje com uma população de 61 milhões de pessoas em insegurança alimentar, também o país que mais mata ativistas ambientais do mundo, soma à COP27 a 2ª maior delegação dentre os países, com diversos representantes da sociedade civil organizada.
A presença de lideranças indígenas brasileiras e de outros países, aumenta as vozes e a profundidade das discussões sobre o tema. Shirley Krenak, Puyr Tembé, Dinamã Tuxá, Txai Suruí, Wanda Witoto, e é claro, as deputadas eleitas Sonia Guajajara, Célia Xakriabá e da Deputada Federal Joenia Wapichana são alguns dos nomes que não devem deixar de ser citados quando falamos sobre a proteção ambiental no Brasil, a potencia que eles trazem é pelo conhecimento de que ao proteger as florestas eles não estão só preservando seus modos de vida, mas também a própria vida em si, por todas as espécies. Representam assim a linha de frente do combate ao desmatamento e a sabedoria milenar de como manejar a terra e viver de forma equilibrada com o meio ambiente. A cada fala acende o alerta “temos muito o que aprender com eles”.
Já a aplicação do discurso em prática por parte de quem ouve e reproduz a importância de trabalharmos a Justiça Climática ficou bastante limitada. Tanto no formato em que acontece a conferencia em si, que não traz lideranças minorizadas e impactadas pelas mudanças climáticas para as mesas de tomada de decisão e negociação entre os países de forma a influenciar os acordos internacionais, como também nos projetos ali apresentados pelo setor privado. No painel Building Indigenois and Community Power to stop Climate Change, Dinaman Tuxá, coordenador executivo da APIB, ressaltou que “Os acordos comerciais internacionais e a atuação de empresas multinacionais interferem diretamente nas políticas para proteção de terras em conflitos socioambientais no Brasil”, colocando atenção às iniciativas do setor privado.
A ex Ministra do Meio Ambiente Isabela Teixeira, em um painel no Brazil Action Hub com ministros do Congo e Indonésia, falando sobre alianças internacionais e compartilhamento de experiências Sul-Sul pela proteção das florestas tropicais ressalta “A Amazônia tem fome e precisamos mostrar que as pessoas são parte da solução e não do problema”.
As discussões acerca da Justiça Climática precisam aterrissar em ações práticas para o setor empresarial e parte do nosso trabalho como Pacto Global em 2023 será apoiar nessa jornada, quer vir conosco?
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