O lançamento do Collaboration Lab do Brasil conectou empresas e organizações de diversos portes com um objetivo comum: desenvolver futuros projetos em parceria que apontem para soluções inovadoras em água e saneamento.
O lançamento do Collaboration Lab do Brasil conectou empresas e organizações de diversos portes com um objetivo comum: desenvolver futuros projetos em parceria que apontem para soluções inovadoras em água e saneamento. Realizado no espaço de coworking da FIAP no dia 18 de novembro, em São Paulo, o evento reuniu cerca de 70 representantes de corporações, PMEs, startups, governo e ONGs signatárias do Pacto Global das Nações Unidas, que discutiram a importância da água para a sustentabilidade dos seus negócios e para a sociedade.
Organizado pela Rede Brasileira do Pacto Global, pelo United Nations Global Compact e pela Venture Partners do Brasil, o objetivo do encontro foi a formação de redes de conhecimento para a troca de informações e compartilhamento de projetos, especialmente entre corporações e PMEs, com foco no fomento à inovação.
“Esta é uma grande oportunidade para inserção das empresas no panorama de inovação local, podendo assim aumentar o impacto e a escala de suas ações de sustentabilidade”, completou Renata Seabra, diretora executiva da Rede Brasileira do Pacto Global.
Uma conversa entre Marcos Lisboa Cintra (VP Insper) e Pedro Wongtschowski (Presidente Conselho de Administração CNPEM e EMBRAPII), mediada por Weber do Amaral (VPB e USP), abriu os debates do dia. Para Pedro, o Brasil tem um imenso potencial de inovação tecnológica ainda sub-aproveitado. Para Marcos Lisboa, o governo precisa avançar na regulação tributária para o setor privado. “O Brasil precisa melhorar o ambiente de negócios com regras mais simples e menos tempo com a burocracia”, comentou.
Potencial de parcerias
A programação do evento compartilhou casos de empresas abertas ao fortalecimento de parcerias. Marcos Locatelli apresentou a Redox Ambiental, que foi concebida por pesquisadores egressos da Unicamp. A startup investe em pesquisa e inovação de produtos e serviços para tratamento de passivos ambientais em solos e água subterrânea. Segundo Marcos, a técnica elimina contaminantes emergentes (fármacos, hormônios, nanomateriais, etc) com maior eficiência e menor custo em relação aos métodos convencionais, mas há dificuldade para conhecer os problemas práticos enfrentados pelas grandes empresas.
Guilherme Castagna falou sobre a experiência da Fluxus Design Ecológico, que desenvolve soluções para melhorar a eficiência de todo o ciclo da água em projetos arquitetônicos. Um dos parceiros da Fluxus é a associação sem fins lucrativos OIA (O Instituto Ambiental), especializada em tratamento de água por meio de biodigestores.
A Natura mostrou disposição para atuar com empreendedores, pesquisadores e universidades. O Natura Campus é uma das ferramentas criadas para estimular a inovação aberta em diálogo com a comunidade cientifica. Segundo Ines Francke, gestora de Tecnologias Sustentáveis, a empresa quer mensurar a “pegada hídrica” no ciclo de todos os seus produtos, buscando aumentar o impacto positivo na sociedade.
A Whirpool, representada pelo diretor de Sustentabilidade Vanderlei Niuhes, sinalizou disposição para novos projetos com foco na sustentabilidade da água. “Somente através da parceria e dos processos colaborativos é possível fazer a diferença”, disse. Antonio Calcagnotto, diretor de Assuntos Corporativos da Unilever, informou que a empresa pretende dobrar de tamanho reduzindo sua pegada ambiental pela metade.
Business Café
Facilitadores Daniel Izzo (Vox Capital) e Karine Bueno
No período da tarde, os participantes circularam por oito mesas de trabalho orientadas por facilitadores com reconhecida atuação no mercado. Pesquisa e Desenvolvimento, capital humano, investimentos, infraestrutura e governança foram alguns dos temas discutidos.
O debate permitiu mapear interesses mútuos para futuros projetos colaborativos e inovadores. Diversos grupos identificaram a educação como prioridade. A redução de impacto ambiental por meio da logística reversa também foi citada, entre outros tópicos.
No encerramento do dia, Alexandre Comin, diretor de Competitividade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, deixou uma mensagem positiva quanto às expectativas de atuação do setor privado. Segundo ele, a atual crise hídrica no país reforçou que o saneamento também é uma responsabilidade das empresas.
Nos próximos meses, com mentoria do grupo de facilitadores, o Collaboration Lab do Brasil pretende fomentar as ideias com maior potencial de escala. “Esperamos que o encontro gere resultados práticos, para que daqui a um ou dois anos possamos mostrar resultados”, disse Renata Seabra, da Rede Brasileira do Pacto Global.
Para concluir, Renata incentivou a adesão do grupo às plataformas globais de apoio ao Collaboration Lab, como o Social Enterprise Action Hub – Gateway 2.0 (captação de investimentos), o Business Partnership Hub (estímulo à novas parcerias), e o CEO Water Mandate (compromisso com a gestão sustentável da água).
Acesse a galeria de imagens do evento no Flickr.
Por Júlia Tavares, da Rede Brasileira do Pacto Global