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Mulheres refugiadas participam de workshop sobre cultura brasileira e mercado de trabalho em SP

Projeto Empoderando Refugiadas começa suas atividades com workshop sobre mercado de trabalho (Foto: Fellipe Abreu) O treinamento, promovido pelo Carrefour, faz parte da programação do projeto Empoderando Refugiadas, da Rede Brasil do Pacto Global, Acnur e ONU Mulheres.

Projeto Empoderando Refugiadas começa suas atividades com workshop sobre mercado de trabalho (Foto: Fellipe Abreu)
O treinamento, promovido pelo Carrefour, faz parte da programação do projeto Empoderando Refugiadas, da Rede Brasil do Pacto Global, Acnur e ONU Mulheres.
Por: Mateus Ferreira
O desafio de adaptação a uma nova cultura e a um novo mercado de trabalho por quem vem ao Brasil em situação de refúgio motivou a realização de workshop sobre o tema para as participantes do projeto Empoderando Refugiadas. Promovido pelo Carrefour, uma das empresas apoiadoras do projeto, o encontro aconteceu em São Paulo, no dia 29 de agosto e reuniu cerca de 30 mulheres refugiadas.
Entre os tópicos trabalhados no treinamento, estava a elaboração adequada de um currículo profissional voltado para a realidade do mercado de trabalho brasileiro, assunto abordando por representante do Projeto RH. De acordo com a congolesa Lysete, este ainda é um desafio para as mulheres do projeto. “Aprendemos muito sobre a elaboração do currículo hoje. Haviam várias coisas que não sabíamos, que fazíamos diferente.”
Lysete, que está há quase 4 anos no Brasil, se diz bem adaptada à cultura brasileira. Porém, o choque de realidades ainda é um desafio para muitas, como a marroquina Manyam, que apesar de estar há 8 anos no Brasil, ainda sofre com a discriminação no mercado de trabalho. “Para mim é difícil, uso turbante pela minha cultura e nem todo mundo aceita. Já me disseram que não poderia trabalhar usando o lenço, não entendem a questão religiosa”, afirmou.
Romper a barreira do preconceito é um desafio para muita empresas brasileiras e, segundo a especialista de diversidade e inclusão do Carrefour, Maricelia Machado, também uma forma de enxergar oportunidades. “O sucesso de qualquer negócio parte da vivência com culturas diferentes, isto somente fortalece as organizações, então é importante que, quando uma pessoa tenha contato com uma cultura diferente, ela se sinta acolhida, para que ela possa também sentir-se confortável na inclusão dentro das organizações”, ponderou Maricelia.
Desafio este que, ainda de acordo com a especialista, envolve conhecer a cultura do país e de quem chega. “É necessário entender as diferenças de cultura e também dar apoio e acolhimento, como o Empoderando Refugiadas vem fazendo, para que elas possam entender como se adaptar a uma nova cultura”, afirmou.
Parte deste processo de adaptação à nova realidade por parte das refugiadas foi auxiliado por representantes da Sietar Brasil e da Fox Time, que além de apresentarem condutas positivas e negativas em situações de recrutamento, discutiram tópicos importantes de adaptação aos costumes brasileiros.
O Projeto
O Empoderando Refugiadas é um projeto da Rede Brasil do Pacto Global, Acnur e ONU Mulheres, que promove o treinamento e inserção de refugiadas no mercado trabalho brasileiro. O projeto, que já intermediou a colocação de 21 mulheres no emprego formal, está em sua terceira edição este ano e busca atender cerca de 50 mulheres.
A programação do Empoderando Refugiadas inclui mentorias individuais e workshops que são realizados com o apoio das empresas parceiras  ABN AMBO, Carrefour, Facebook, Pfizer, Renner e Sodexo. Todo processo de seleção das mulheres para o projeto é feito Programa de Apoio para Recolocação de Refugiados (PARR). Entre as outras instituições parceiras, estão Caritas, Consulado do Brasil, Fox Time Recursos Humanos, Grupo Mulheres do Brasil, e Migraflix.