Um estudo que relaciona o saneamento básico à igualdade de gênero agora pode ser acessado de forma interativa.
Um estudo que relaciona o saneamento básico à igualdade de gênero agora pode ser acessado de forma interativa. A signatária BRK Ambiental lançou a plataforma digital Mulheres e Saneamento, com dados e análises que unem o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (Igualdade de Gênero) e o 6 (Água e Saneamento). As iniciativas contaram com apoio da Rede Brasil do Pacto Global e parceria do Instituto Trata Brasil, fruto de uma pesquisa homônima disponível online.
Atingir a igualdade de gênero está intrinsecamente ligado ao nível de universalização do saneamento básico, segundo o estudo. Cumprir essa meta no Brasil significa tirar 635 mil de mulheres automaticamente da linha da pobreza, sendo três de quatro delas negras. São 15,2 milhões de mulheres no Brasil que declararam não receber água tratada em suas moradias e 27 milhões sem acesso adequado à infraestrutura sanitária. Isso reduz consideravelmente a capacidade de produção delas no mercado de trabalho, além de estarem mais suscetíveis a doenças infecciosas como cólera, hepatite e febre tifoide.
Os déficits mais elevados de acesso a esgoto estão entre as mulheres autodeclaradas pardas, indígenas e pretas. Nesses grupos, as taxas de incidência de escoamento sanitário inadequado foram de 24,3%, 33,0% e 40,9%, respectivamente. Também são as mulheres autodeclaradas negras (pardas e pretas) que têm mais dificuldade de acesso à água.
A plataforma mostra essa realidade brasileira de uma forma mais visual e acessível para o grande público, por meio do recurso digital. Relacionar o saneamento universal à igualdade de gênero é fundamental para um tema que já foi central em discussão das Nações Unidas. A resolução da Assembleia Geral da ONU, de dezembro de 2016, destacou a situação das mais de 2,5 bilhões de pessoas que vivem sem acesso a banheiros e sistemas de esgoto adequados no mundo todo. O objetivo das Nações Unidas foi que a resolução impactasse diretamente na vida de mulheres, crianças, pessoas com deficiência e grupos marginalizados.