A Rede Brasil do Pacto Global, por meio do GT de Energia e Clima, promoveu no dia 25 de abril, na sede da Schneider Electric, em São Paulo, o 1° Workshop “Diálogos de Financiamento Climático”.
A Rede Brasil do Pacto Global, por meio do GT de Energia e Clima, promoveu no dia 25 de abril, na sede da Schneider Electric, em São Paulo, o 1° Workshop “Diálogos de Financiamento Climático”. O objetivo foi compartilhar os conhecimentos para acesso aos recursos financeiros voltados para as mudanças climáticas. Durante o painel, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram citados como referência para a ação das empresas. “Empresas e setores estão olhando os ODS para ver como colaborar e como fazer a cocriação de soluções inovadoras e de baixo carbono”, afirmou Fernando Eliezer Figueiredo, Gerente de Sustentabilidade e Negócios Corporativos na Schneider-Electric Brasil.
Também Presidente da Câmara Temática de Clima no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) – que também apoio o Workshop –, Figueiredo destacou a importância da Agenda 2030 para alavancar projetos que contribuam para a mitigação das mudanças climáticas. “A urgência de ação implica que as empresas devem definir metas alinhadas com o que precisa ser feito, não a partir do que pode ser feito”, disse. O ODS 13 diz respeito à “ação contra a mudança global do clima”.
Gerente da Carbon Trust – organização independente e sem fins lucrativos que tem como missão acelerar a transição para uma economia com baixas emissões de carbono – no Brasil, João Lampreia (na foto à esquerda) explicou que as fontes de financiamento são variadas. “Elas vão desde empréstimos, equity (participação nas empresas) e até doações. Ele ponderou que, a despeito da vasta disponibilidade de recursos, os critérios para consegui-los são complexos. “É feita a análise do perfil da organização e alinhamento com a agenda de desenvolvimento, bem como o nível de transparência do parceiro. Além disso, é preciso observar as prioridades temáticas de cada fundo, com base em linhas de intervenção.
Sobre os projetos, Lampreia comentou que precisam explicitar a relevância e a aplicabilidade da solução proposta, assim como as linhas de atuação, produtos e impactos esperados. “No caso dos fundos internacionais como os climate funds, os critérios passam pelo alinhamento à INDC (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida) do país, impacto em adaptação ou mitigação, efeito transformacional no longo prazo e envolvimento do governo local”. Segundo o especialista, até 2014 foram mapeadas US$ 485 milhões em fontes de financiamento climático.
“O Brasil está atrasado em relação às propostas para fundos climáticos, o que significa uma grande oportunidade de buscar recursos para projetos na área. O Pacto Global, juntamente com o Cebds, tem o papel de articuladores dessa discussão”, comentou a Secretária Executiva da Rede Brasil do Pacto Global, Beatriz Martins Carneiro.
Newton Fund
A Gerente sênior do Newton Fund, Diana Daste, também participou do debate. Ela tem ampla trajetória na direção de processos de planejamento, gestão e avaliação, especialmente de projetos de responsabilidade social corporativa e programas de desenvolvimento internacional. Gerenciado pelo Conselho Britânico, o Newton Fund é uma iniciativa do governo britânico que visa promover o desenvolvimento social e econômico dos países parceiros por meio de pesquisa, ciência e da tecnologia.
Com previsão de mais três encontros ao longo de 2017, a série de workshops reunirá instituições financeiras e empresas interessadas, criando um ambiente de troca de informações. A série “Diálogos de Financiamento Climático” resultará em uma publicação final com as principais temáticas discutidas, possibilitando que as informações possam guiar e facilitar o acesso das empresas às fontes de financiamento. O GT de Energia e Clima da Rede Brasil do Pacto Global é coordenado pela CPFL Energia.