Por David Medina Em um cenário global onde nenhum país conseguiu alcançar o pleno desenvolvimento sustentável na última década, o setor privado tem papel fundamental na mudança dessa realidade.
Por David Medina
Em um cenário global onde nenhum país conseguiu alcançar o pleno desenvolvimento sustentável na última década, o setor privado tem papel fundamental na mudança dessa realidade. Nesse sentido, buscando conscientizar empresas e instituições sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a 19ª Semana do Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) encerrou suas atividades no dia 8 de junho com o seminário “Indústrias e os ODS”. A Rede Brasil do Pacto Global participou de seminário, em conjunto com representantes de empresas e instituições. Na ocasião, diretores e executivos tiveram a oportunidade compreender a urgência das ODS, além de expor suas iniciativas para contribuir com o alcance das metas propostas pelas Nações Unidas.
André Oliveira, presidente da Rede Brasil do Pacto Global e CCO da BASF América do Sul (na foto abaixo), explicou sobre os propósitos dos ODS e como a Rede Brasil tem buscado engajar empresas a integrar a Agenda 2030 em suas estratégias de negócios. “Não há como pensarmos sobre a construção de um mundo sustentável sem ser pela via das parcerias e do engajamento. Nesse sentido, o setor privado tem função essencial nessa construção. Por isso, precisamos dialogar e estimular nossos parceiros para atingirmos juntos os ODS nos âmbitos econômico, ambiental e social”, salientou.
Durante o encontro, foram apresentados os resultados da pesquisa “Integração dos ODS na Estratégia Empresarial”, com base nas ações promovidas por 21 empresas do Comitê Brasileiro do Pacto Global. O estudo demonstrou de que forma as ações de empresas signatárias têm impactado o cumprimento da Agenda 2030, seja de forma positiva ou negativa.
De acordo com Barbara Dunin, assessora da Rede Brasil do Pacto Global, o estudo observou que muitas empresas já possuem práticas sustentáveis ligadas aos ODS, mas que geralmente desconhecem a dimensão de quanto auxiliam e ainda podem auxiliar as transformações propostas pelos Objetivos Globais. Além disso, o estudo apontou as oportunidades que as empresas encontram ao adotarem comportamentos responsáveis e sustentáveis.
“Uma das principais oportunidades e motivações diz respeito à utilização de uma linguagem comum para uma finalidade compartilhada globalmente, o que acaba fortalecendo a relação com parceiros comerciais, abrindo novos mercados e auxiliando na manutenção de um diálogo aberto para o desenvolvimento de políticas públicas junto aos governos”, destaca Barbara, apontando que metade das empresas já considera os ODS uma referência estratégica em seus negócios.
Do local para o global
O gerente de Sustentabilidade para a América Latina da BASF, Emiliano Graziano, sugeriu que o primeiro passo para engajar uma companhia aos ODS é elencar aqueles objetivos que mais se aproximam do campo de atuação e filosofia da empresa. “É preciso focar em metas que sejam palpáveis e que também estejam conectadas aos ODS. Esse é um trabalho que se faz dentro de casa e é assim que se ajuda, enquanto empresa, a atingir um comportamento mais sustentável, da cadeia de produção ao consumidor final”, ressaltou.
Grácia Fragalá, diretora titular do Comitê de Responsabilidade Social da Fiesp, considera o setor privado um dos principais motores para a efetivação de mudanças, tendo em vista a influência que possuem junto à população, seu clientes e consumidores. “Esperamos que os ODS se tornem um compromisso de todos nós para que possamos ser os atores de impactos positivos tanto para os negócios mas, sobretudo, para o planeta”, disse.